sábado, 5 de dezembro de 2009

Oquêlogia e reclamologia

Os profissionais da eminente ciência e arte dos arquivos vivem a reclamar de seus empregos. Uns afirmam que ganham tão mal que preferem apor no currículo que realizam trabalho voluntário, e outros, por sua vez, gostariam de maior visibilidade e reconhecimento, chegando a dizer que essa é uma profissão muito ingrata.

Se analisarmos com profundidade, quase todos os profissionais acham que suas áreas, mesmo quando elas proporcionam grandes remunerações e status, são, de alguma forma, ingratas - Publicitários e cirurgiões de sucesso sempre rosnam um "profissão ingrata!" quando acham que o iate ao lado (de um ator, mega-empresário ou playboy) é maior que o seu.

Os arquivistas, por sua vez, sempre acham que a fila do outro ônibus está mais vazia, ou que o auxiliar administrativo ao lado tem mais dentes na boca.

É preciso atentar-se ao fato de que, para os arquivistas, o buraco é tão mais embaixo que o fundo é algo cotidiano. É fato que profissionais de todas as outras áreas, inclusive bibibliotecacários ou museuolológos - esses dois sem razão alguma! - fazem pouco da esplendorosa arquivística, renegando sua importância e valor e demonstrando afetada repugnância com relação aos afazeres arquiveiros.

Há, porém, um consenso entre profissionais de todas as áreas que está magnificamente representado pela digníssima afirmação a seguir:

Todos preferem arquivologia à cirurgias no reto!

Todo copo meio vazio é também um copo meio cheio!

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